segunda-feira, 18 de março de 2013

Cascavel lidera adoções internacionais no paraná

Cascavel lidera adoções internacionais no Paraná

De cada dez crianças adotadas em Cascavel, três vão para outros países..
Crédito: João Guilherme - Gazeta do Paraná Quando se busca o termo “adoção internacional” na pesquisa de imagens do Google, a segunda foto que aparece é da popstar Madonna com o filho que foi adotado na África. Angelina Jolie também está na lista de celebridades que incentivam a adoção. Mas não é preciso ir tão longe para encontrar casos de adoção internacional. No ano passado, 32 crianças saíram do Paraná para os Estados Unidos e à Europa, destas, 19 eram de Cascavel, quase 60% do total. Para além dos números, a adoção internacional é uma situação complexa, de precisa priorizar o “direito de uma criança” e nunca o “direito a uma criança”.
Para o juiz da Vara da Infância e da Juventude de Cascavel, Sérgio Kreuz, a comarca de Cascavel tem chegado a estes números pela estrutura que dispõe, desde a própria Vara da Infância até o Ministério Público. Também contribui o fato de o município ter uma boa rede de serviços. Se os pais têm problema de drogadição, por exemplo, são encaminhados para a rede de assistência e, se não houver adesão ao tratamento, a criança é destituída do poder familiar.
O prazo máximo para que a situação jurídica de uma criança seja definida é de dois anos. Quando ocorre a destituição do poder familiar, normalmente, em poucos dias a criança já está com a nova família. “Eu tenho que dar para esta criança um pai e uma mãe, de preferência que sejam os pais biológicos. Mas, quando eles não têm condições, não posso esperar a vida inteira”, detalha.
Apesar de haver mais de 50 casais de Cascavel habilitados para a adoção - muitos na fila de espera há anos - de cada dez crianças daqui adotadas, três vão para fora do país, considerando os números de 2012. Segundo Kreuz, isso se explica pelo perfil do adotante internacional. “A preferência é sempre por famílias brasileiras. A adoção internacional é o último passo. No entanto, no Brasil, nem sempre há casais dispostos a adotar crianças maiores, grupos de irmãos ou que tenham problemas de saúde, este é o perfil da criança que sai do Brasil”. No ano passado, 20 crianças do Paraná foram para a Itália, dez para os Estados Unidos e duas para a França.
Os números exitosos podem dar a falsa sensação de que a adoção é um processo simples. Kreuz cita o psiquiatra Nazir Hamad, que entende a adoção como uma aventura, uma operação de alto risco. “As crianças que estão acolhidas não foram bem cuidadas desde o seu nascimento. sofreram uma série de violências, foram maltratadas, sofrem abuso, fome ou negligência. Muitas vezes isto faz com que elas apresentem problemas. Em alguns casos a violência foi tanta que a criança não tem condição de ser adotada, pois não consegue criar vínculos”, detalha o juiz. Em casos extremos, pode ocorrer a separação de irmãos, desde que esta situação seja analisada como o melhor para as crianças.
Seleção
Em qualquer processo de adoção é vetado que a família escolha a criança. Ela apenas pode detalhar qual é o perfil de faixa etária e sexo que está disposta a adotar. As famílias passam por um processo de aprovação que inclui apresentação de documentos básicos, certidões de antecedentes criminais e comprovação de renda. Não seria é exigido que seja uma família rica, apenas economicamente estável. “Não posso entregar uma criança para uma família que depende de programas do governo, eu tenho opções melhores para esta criança. Os responsáveis precisam provar que trabalham e que têm condições estruturais para manter a criança”, detalha.
Antes da habilitação os adotantes ainda passam por um curso, onde são discutidos desde aspectos jurídicos até práticos, afinal, trata-se de um processo de filiação diferente, em que a criança já vai “nascer grande”, precisando se integrar à família.
Quando a adoção é internacional, o processo não depende apenas da comarca de Cascavel. A indicação dos casais é feita pela Ceja (Comissão Estadual Judiciária de Adoção), que é de responsabilidade do Corregedor de Justiça e conta com a participação do Ministério Público, advogados, médicos e psicólogos. Antes de sair do Brasil, a família passa por um estágio de convivência que dura em média 30 dias. “Neste intervalo é avaliado se houve a criação de vínculos. A adoção internacional é um procedimento seguro e transparente”, garante.

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