sexta-feira, 23 de março de 2012

Lançamento do livro Dr. Sergio Kreuz, juiz da vara da infância e da juventude de Cascavel

  Fonte:  http://www.univel.br/noticias.php?id=619



Professor da Univel lança livro na próxima segunda (26)
Sergio Luiz Kreuz é juiz da vara da infância e da juventude de Cascavel. O Lançamento do seu livro será às 19h, no auditório da Univel


Dr. Sergio Kreuz é juiz de direito e professor da Univel
“Direito à convivência familiar da criança e do adolescente”. Esse é o título do livro escrito pelo juiz da vara da infância e da juventude de Cascavel e professor da Univel, Dr. Sergio Luiz Kreuz. A solenidade de lançamento será na próxima segunda, dia 26, às 19h, no auditório da Univel.

O livro escrito pelo professor busca as origens históricas dos acolhimentos de crianças e adolescentes no Brasil, o papel exercido por eles dentro da família ao longo da história e a importância da convivência familiar no desenvolvimento da criança e do adolescente.

Confira a entrevista concedida pelo professor ao Núcleo de Comunicação da Univel.

NCU - Como surgiu a ideia de escrever o livro?
Como Juiz da Vara da Infância e da Juventude de Cascavel, há mais de quinze anos, senti a necessidade de compartilhar algumas experiências exitosas de enfrentamento do problema social da criança privada da convivência familiar. O mestrado da Universidade Federal do Paraná me deu a oportunidade de estudar com maior profundidade esta temática que sempre me angustiou muito. Muitas pessoas contribuíram para que isso fosse possível, como a Equipe Técnica da Vara da Infância e da Juventude, a Univel, que me proporcionou as condições para o mestrado, professores e colegas do mestrado, colegas magistrados, promotores de justiça, a rede de atendimento à criança e do adolescente de Cascavel, as unidades de acolhimento, programas de acolhimento familiar entre tantos outros. Tive o privilégio de colocar sob a forma de livro programas que podem servir de modelo para outras cidades.

NCU – Quais objetivos busca atingir com ele?
O livro se destina a profissionais do direito, acadêmicos, técnicos da rede de atendimento à criança e do adolescente, programas de acolhimento e de convivência familiar, estudantes e profissionais de psicologia, assistência social, enfim, a qualquer pessoa que tenha interesse em conhecer um pouco mais sobre a situação jurídica da criança e do adolescente na sociedade contemporânea. Gostaria que estas pessoas percebessem que há alternativas muito melhores que o acolhimento institucional quando o afastamento da criança de sua família biológica é inevitável ou necessário, como nos casos de violência, negligência, maus tratos, drogadição dos responsáveis etc. Nenhuma crítica às pessoas que se dedicam, muitas vezes de forma anônima, a acolher e a dar a estas crianças o que não encontraram nas suas famílias de origem. São pessoas dedicadas, verdadeiros exemplos de amor ao próximo. A crítica que faço é ao sistema, que há alguns séculos, prioriza a institucionalização de crianças e adolescentes, em detrimento da família seja ela biológica ou afetiva. A crítica também se dirige à demagogia que envolve as discussões sobre estas questões, que sobrevaloriza a família biológica, colocando as relações afetivas em segundo plano. Muito mais importante que a relação de sangue é a relação de afeto, de amor, de carinho. Família, portanto, não é somente aquela proveniente dos laços sanguíneos, mas, principalmente, aquela construída sobre os laços da afetividade e do amor.

NCU - Tem pretensão de escrever outros livros?
Quem sabe, depois deste primeiro passo, não me anime a escrever outros. Gostaria muito de escrever um livro contando as histórias envolvendo adoção. Muitas histórias lindas acabam muitas vezes escondidas em processos e que não chegam ao público em geral, que não tem acesso, mas que poderiam ajudar outras pessoas.

NCU – De que maneira o livro pode ser útil para outros profissionais?
O objetivo é de que o livro seja útil para as crianças e adolescentes que estão vivendo longe de seus pais e familiares, em unidades de acolhimento, muitas vezes privadas de afeto, de carinho, de um colo. Essas crianças estão lá, impotentes, silenciosas, não fazem protestos, não fecham pedágios, agências bancárias. São crianças esquecidas, sem nome, sem família, sem alguém para chamar de pai ou de mãe. A sociedade precisa perceber que o acolhimento institucional é a “chaga” social mais vergonhosa de nosso tempo. Não conseguimos dar a estas crianças a coisa mais simples de que precisam: um pai e uma mãe! O sociólogo Betinho já dizia que a evolução de um povo se mede pelo tratamento que a sociedade confere a suas crianças, adolescentes e idosos. Não é preciso ir longe para perceber que estamos muito longe de dar um tratamento digno às nossas crianças.

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